Porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!” (Romanos 10:13-15)
Como cristãos, somos chamados de filhos e fomos chamados para uma habitação celestial eterna. Recebemos esta promessa e precisamos aguardá-la com grande júbilo de privilegiados. Mais como filhos e filhas Daquele que fez a promessa, não podemos esquecer que Ele também nos convidou a sermos seus servos, nos comissionando a uma grande e maravilhosa missão: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15). A igreja de Jesus, ou melhor, “a grande comissão de Jesus”, precisa entender que o que Ele nos deixou para fazer aqui na terra, antes de estarmos com Ele verdadeiramente nos céus, está muito além de uma simples missão. Depois de sua ressurreição e antes de subir aos céus, à direita do Pai, Jesus falando aos seus discípulos disse-lhes: “ide”; aqui Ele não fazia um pedido, como quem pede, por favor, a alguém, mas nesse momento Ele deixa o Seu último mandamento, a Sua última ordenança.
Hoje, século XXI, somos discípulos deste mesmo Jesus que continua a nos dizer: “Ide... Ide... Ide!”, e o nosso grande erro, é entendermos como um “pedido” qualquer, ou como um “faz quem quer”, o que na verdade é mais um mandamento do Senhor que deve ser obedecido por todo aquele que, convertendo-se a Jesus... Tendo-o como Senhor, torna-se Seu servo. O que quero dizer com isso, é que quando aceitamos ao Senhor Jesus, como nosso Salvador, não aceitamos apenas o Seu nome ou a Sua Salvação sobre nós que perecíamos, mas aceitamos tudo o que diz respeito a Ele – Seu amor... Presença... Perdão, Sua Palavra e com Ela Seus mandamentos. Portanto, temos que ter a consciência de que a Bíblia não é apenas mais um livro super interessante em que narra histórias fantásticas e reais acontecidas no passado, e sim, que ela é a própria Palavra de Deus, ou seja, Ele é o autor... Escreveu e hoje narra aos nossos corações através do Seu Espírito. Quando somos indiferentes à Sua Palavra, não a buscando... Não crendo ou desobedecendo-a, tornamo-nos também indiferentes a Deus, transformando-nos em pecadores insensíveis e orgulhosos.
Abramos, porém Igreja, os nossos olhos para “experimentarmos e comprovarmos a boa, perfeita e agradável vontade do Pai” (Rm. 12:2) que é através de nós, Sua Noiva Amada, fazê-lo conhecido como o “Noivo das Nações”. Assim como Deus disse: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!” (Is 52:7), Jesus nessa geração também nos diz em alto e bom som: “Como são belos os pés calçados da minha Amada Noiva quando anunciam as boas novas!”.
Diante disso, pare... Reflita! – Onde estão os teus pés como Noiva de Cristo? Será que eles têm andado “calçados com a prontidão do evangelho da paz”? (Ef. 6:15) Têm anunciado as boas novas do Reino vindouro de seu noivo?
Muitos de nós, participantes do corpo de Cristo, às vezes criticamos as pessoas pagãs e até jugamo-as quando perguntamos: “Por que você não deixa de adorar imagens para adorar um Deus verdadeiro?”, outras vezes temos a coragem em dizer-lhes: “Eu é quem não troco o meu Jesus e a minha Igreja por festas profanas, noites de danças e bebedices.” Só não criamos coragem para pregar-lhes a Palavra de Deus, e achamos que com essas perguntas e afirmações, estamos de certa forma pregando para essas pessoas e com isso, cumprindo o “Ide” de Jesus; como estamos enganados! Como que essas pessoas trocarão suas imagens e ídolos por um Deus que elas ainda não conhecem? E como também, deixarão de viver a “alegria” passageira e os “prazeres” desse mundo para viverem uma alegria eterna, desfrutando das bênçãos desse mesmo Deus ainda não conhecido?
Queremos que o mundo conheça ao Senhor Jesus, mas não fazemos por onde torná-lo conhecido. Não queremos orar pela conversão de alguém... Não testemunhamos da habitação do Espírito Santo em nós (I Co. 3:16; At. 1:8), damos maus testemunhos... Não pregamos! Acomodamos-nos no que diz respeito ao “Ide” porque achamos que ele ficou apenas para evangelistas, avivalistas, pastores e missionários que já estão engajados na obra, pregando o evangelho. Entenda que independente de sua posição ministerial dentro ou fora da Igreja, esteja você exercendo algum cargo ou sendo apenas uma ovelha com presença assídua ou não no rebanho, você deve ser e estar movido por um sentimento que o impulsionará a fazer a vontade de Deus e cumprir com o Seu projeto de vida sobre a humanidade.
Acredito que você deve estar perguntando que sentimento é esse que deve mover a sua vida. É o amor! – Essa é a minha resposta, meu irmão. O amor que é derramado em nossos corações através do Espírito Santo de Deus; sem ele queimando em nosso interior, somos incapazes de obedecer ao “Ide”... De pregar... Testemunhar das obras do Senhor em nós... De alegrar o Senhor. Sim, precisamos alegrar o nosso Deus cuidando e amando o que, de toda a Sua criação, é o que Ele mais ama e anela – As almas! Almas como a minha e a sua, meu amado irmão.
Por isso, tenho dois grandes e ardentes desejos em meu coração que quero compartilhar para que também arda em seu coração, assim como no meu. O primeiro é que o meu amor por Jesus nunca cesse, mais que se renove e aumente a cada dia, assim como “as Suas misericórdias são inesgotáveis e renovam-se a cada manhã” (Lm. 3:22,23); e o segundo, é que conforme o meu amor por Cristo for aumentando, eu ame também o que Ele ama, ou seja, as vidas, tendo compromisso com a causa do evangelho – Sua morte na cruz e vida em nós e por nós, de maneira que o Seu “Ide”, seja por mim, levado a sério.
Então, vamos avante! Avante soldados... Avante discípulos... Avante Noiva de Cristo... Avante igreja!
Nesses últimos tempos esse tem sido o meu incansável clamor, e acredito que também tem sido o de Deus e de todos aqueles que amam a causa de Cristo. Irmos avante não apenas “conservando a nossa fé, esperança e amor” (I Co. 13:13) no Senhor Jesus; “sendo fiel até a morte em troca da coroa da vida” (Ap 2:10); ou ansiando “participar da grande ceia com o Senhor no céu” (Ap 3:20); mas irmãos, avante também com ousadia e intrepidez pelo Espírito; “revestidos de toda a armadura de Deus” (Ef. 6:13); como verdadeiros soldados de Cristo preparados para uma grande batalha que “luta não contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal” (Ef. 6:12); forças essas que aprisionam crianças, jovens e adultos, impedindo-os de aproximarem-se e de conhecerem o Senhor Jesus.
Sim, vamos avante! Pois somos nós a igreja, que recebemos a missão de lutarmos contra essas forças e poderes malignos, abrindo a mente e o caminho dessas vidas levando-as até Jesus, e “Jesus as conduzirão até ao Pai” (Jo. 14:6).
Que a nossa oração não seja pra que Deus nos levante como missionários, nos enviando à países, ilhas, continente e lugares ainda não alcançados pelo evangelho; mais que as nossas petições sejam para que o Senhor nos levante e nos envie aonde houver vidas... Almas sedentas, carentes, necessitando de ouvir as boas novas do Reino de Deus, onde Jesus ama... Chama... Salva, dizendo aos perdidos: “arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 4:17), e a nós eleitos diz: “Avante no meu Ide a esses perdidos!”.
E disse-lhes Jesus: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”.
Depois de lhes ter falado, o Senhor Jesus foi elevado aos céus e assentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a Palavra com os sinais que a acompanhavam.
(Marcos 16:15-20)
Anderson Gonçalves